terça-feira, junho 18

a metáfora e o literal: criança é aventura vida

Aproximar-se do essencial é aproximar-se da Atenção que você é – e isso te põe mais alerta. De repente você vê, de longe, aquilo que pode ser descartado ou do qual você deve desviar. Tem um cocô na calçada? Não pise, desvie. É simples! E o mesmo pode ser feito com cocôs internos – mentais, emocionais, psicológicos.

Fluindo com o Agora você começa a ver que existe, pragmaticamente, o crescimento magnético de um outro ambiente, de algo absolutamente novo em você. Este resgate promove um recomeço. É quase como se você pudesse escolher como se comportar a partir de agora. E a ideia é que você esqueça de tudo o que você já foi até hoje. Uma extraordinária aventura está diante do seu nariz. Você se tornou uma criança novamente.

A metáfora retrata a criança porque a criança não sabe, para ela a vida é uma grande aventura, ela não sabe nada. Ela está fluindo, completamente entregue. Na verdade, ela sabe sem saber, é um saber intuitivo. Ela se remete à mãe de uma maneira saudável, ali há uma ligação, um laço. Mas, de nenhuma maneira, a instituição mãe, a instituição pai, e todas as demais instituições provindas deste eixo, precisam existir.

Está tudo de cabeça para baixo, está tudo invertido. Olhe corretamente e você verá. Ao ver que tudo não passa de projeção, você, então, se recolhe. No princípio pode vir como uma prática, se trata de uma vigilância perene. E às vezes pode parecer difícil, porque o estabelecido, o conhecido, produz sensações e pensamentos nos quais você acredita. Todos acreditam. Mas, se você desacreditar, deixar de dar crédito a essa dita "realidade", o que acontece? As experiências passam por você.

Tal qual você se concebe, existem parâmetros herdados de reações pré programadas para cada tipo de evento. E é esta programação que o impede de experienciar diretamente o fundamental. Claro que existem circunstâncias estruturais vinculadas ao sistema corpo-mente. Há limites em ambos e isso não podemos mudar: uma martelada no dedo vai doer. Porém, o sofrimento, o drama, já é outra história.

Alguns sentem a dor, choram, passam gelo e estão prontos para a próxima martelada. E há aqueles que remoem o ocorrido por anos e, ainda, traçam sobre ele um plano de vingança. Este processo é inconsciente e precisa, necessariamente, ser rompido para que a criança apareça novamente.

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