quarta-feira, maio 22

a mente do personagem na mente do personagem e vice-versa















Participante – Satya, tenho uma questão: a mente é um produto da Consciência ou é um produto do personagem?

Sempre fico muito curioso a respeito de quem quer saber esse tipo de coisas... Quem quer saber? Você sabe?

Participante – Eu quero. Agora, se esse "eu" é a minha mente ou a Consciência, não sei.

Esse é o seu papel agora: descobrir quem é esse que quer saber. E que diferença faria se você soubesse?

Veja, no absoluto não existe nada que não seja fruto da Consciência. E aqui invoco uma libertação de certas ideias que existem a respeito do que seja a Consciência.

Submeta-se ao fato de que a Consciência seja tudo o que existe e, nesse ponto, a mente será também uma manifestação da Consciência. A mente, na verdade, é uma ilusão. Ela não tem consistência, não tem substancialidade. Na medida em que você olha para o lugar certo, percebe que não tem mente a ser silenciada, não há essa necessidade. É somente num nível primário que existe essa leitura de que a mente precisa ser silenciada.

A mente cria um personagem e o personagem cria a mente. Mas a verdade é que sem Consciência nada disso existiria. O curioso é que essa distorção só existe porque existe inconsciência. Este é o paradoxo. Inconsciente, tem mente. Consciente, não tem mente.

Aristotelicamente, logicamente, a mente não deveria existir se existisse Consciência. Acontece que nenhuma outra coisa cria absolutamente nada. Só a Consciência tem esse poder. Então, eu voto por Heráclito para fundação da cultura ocidental e não Aristóteles. Vamos reler essa estrutura apreendida.

A mente é um produto da Consciência? É e não é. Paradoxalmente.

Participante – Mas ela é necessária?

Sim. Ela é totalmente necessária. E é por isso que ela existe. Ela é um instrumento, tem uma função.

A mente imaginante, pensante, não é necessária, é disfuncional. Muito embora ela aconteça, ela acontece como uma desnecessidade. Isso porque existe abundância na Consciência. Ela cria tanto o que é necessário quanto o que não é necessário. Não tem lógica, é poesia. E se você ainda não compreende isso, é exatamente isso o que a Consciência quer que aconteça.

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