quarta-feira, setembro 5

a nuvem e o indivisível


Uma coisa é certa: enquanto corpo-mente, há limitação, porque o corpo depende de um milhão de coisas. É apenas uma célula do corpo infinito. De fato, não existe corpo independente – o corpo pertence a uma dimensão onde os objetos se correspondem e reflexos ocorrem de uma forma ou de outra. O nosso foco aqui, porém, está em perceber que o que Você é não depende de absolutamente nada. 

E esse Você verdadeiro lida com a limitação de uma maneira totalmente casual. Quando existe o discernimento de que todas as coisas têm uma temporariedade, trazem em si uma qualidade "nuvem", pois passam e passam e passam... então não tem porque se preocupar. Estar casado, ser pai, patrão ou empregado... tudo isso é passageiro. Não apresse a passagem das coisas, apenas esteja alerta ao fato de que elas passarão mais cedo ou mais tarde.

E quanto mais cedo você ver isso, melhor. Os papéis perdem totalmente a gravidade e você se torna apto a assumir as relações com todos os objetos com maior leveza.  As instituições humanas têm enorme carência de sobriedade, de lucidez. As grandes solenidades estão fantasiadas, eles usam roupas especiais para impor autoridade sobre você. Eis o reforço, a perpetuação da divisão.

Quando você fica quieto, se aproxima do essencial e se cala, todas essas diferenças desaparecem. Se você nota que – no agora – não existem diferenças, essa é a realidade que você vive e compartilha. Sua vida será regida por essa realidade: a realidade da indivisibilidade.

A mente, tacanha, tem inclusive ido em busca de iluminação – na tentativa de tornar-se "melhor", "um ser especial". Veja bem: aqui, desse modo, não proponho nem que você ilumine. Esqueça isso! Simplesmente seja. Tudo o mais é ideia da sua mente! Ela está sempre te vendendo o impossível.  

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