quarta-feira, agosto 8

o anarquista de bagé ou quem sou eu?

















– Quem é você?
Quem sou eu? Quem sou eu?, repito nas profundezas da mente para, depois, responder:
– Não sei.
Quem é você? – torna a dizer o guru, incisivo, enquanto justifico que nenhuma definição de mim mesmo poderia retratar a essência do meu ser.
Leve sorriso... sinto que eu e o mestre sintonizamos, mas a harmonia é fugaz. Uma saraivada de perguntas que abalroam conceitos basilares como individualidade, livre arbítrio e evolução nos põe no centro do ringue, menos por minhas discordância ou concordância a priori com suas idéias do que pela insistência para que eu abjure minhas concepções e me transforme ali mesmo. Experiência zero, este é o alvo: atingir o ponto onde você está em lugar nenhum, onde é ninguém, sem nome, identidade ou forma. Samadhi, a suprema percepção, a iluminação além da mente!
Mais perguntas. Uma crescente pressão por respostas. O guru, finalmente, encerra:
– Não há busca, não há caminho, não há método. A iluminação é aqui e agora. Nada é tudo o que você tem a fazer. Renda-se!
Surpreso e curioso, caro leitor? Isto é um Satsang com Satyaprem.


Trecho da entrevista: O Anarquista de Bagé
Por Jomar Morais, Revista Vida Simples – Super interessante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário