quarta-feira, novembro 30

a natureza das coisas

















Existe um vaivém na mente, e isso é inevitável. O meu ponto é: Onde você põe a sua atenção? O que você alimenta? Você fica ainda no pensamento, colocando gasolina no fogo, ou você apaga?

Na verdade, proponho que você nem apague nem acenda, não faça nada. Isso é o não-fazer, você simplesmente não se envolve. Se há um inferno deixe-o, aceite-o do jeito que está. Quando você não se envolve e não se apega às coisas, elas não são um problema, apenas algo está acontecendo e vai passar. Nada precisa ser feito, porque passa. Essa é a natureza das coisas: passar. Se você sabe disso, que necessidade tem de fazer alguma mudança ou interferência? É aí que existe descanso, relaxamento, paz. Nisso, você simplesmente olha e espera.

Participante — E se pisam no seu pé e vem a raiva, você não impede a raiva. Acontece uma série de coisas e você só observa aquilo acontecendo. É isso?

Não é nem você que observa, é a Observação que observa. Pisaram no seu pé e você ficou com raiva – fique com raiva, qual é o problema? Tudo é perfeito do jeito que está, você não precisa fazer nada. Existe somente a necessidade de ver Aquilo que você é e descansar nisso – não que você tenha a escolha exata, mas você tem que seguir o que estou dizendo.

A mente tenta fazer uma construção coerente de “como agir a partir de agora” – você se dá conta? E eu pergunto: Qual é a resposta para isso? Você não pode se preparar para a vida – você está despreparado para a vida, essa é a realidade. Viva momento a momento. O que acontece, acontece.

terça-feira, novembro 29

consciência do objeto




















Ontem vi um filme e notei algo muito interessante. O nome do filme é “Depois da chuva”. Em um certo momento, ocorre uma luta entre samurais e, no cenário, aparece um painel que diz: “Não há verdade enquanto filosofia, mas fatos”. Não sei até que ponto a tradução daquela frase estava correta, porque a escrita original estava em japonês. Mas, de qualquer forma, pergunto: O que são fatos?

Fato é aquilo que é inegável. Por exemplo, você não pode negar que, aqui onde estamos, esteja claro, agora. Qualquer que seja a palavra que usemos para descrever o “claro”, o fato é que a experiência é singular para todos nós. Isto é um fato, não é discutível. Não é uma questão de acreditar ou não. Agora é dia e está claro – e ponto final.

Trazendo para o contexto de Satsang, aplicamos este tema da seguinte maneira: quando duas pessoas se encontram no ambiente do “fato”, elas deixam de ser duas pessoas e tornam-se uma “coisa” só. Ou seja, a experiência é única e indivisível. Estou falando do simples, do óbvio.

Acordar, então, significa reconciliar a unidade entre nós. A prática do ser humano tem sido dividir, é isso o que a mente faz. Para sobreviver, a mente discorda e divide. Aqui, em Satsang, a sua mente é posta em contraste com o fato, pois, no fato não tem discussão. A diferença, no caso, a mente com a noção de “eu” e “você” desaparece e fica somente aquilo que é totalmente visível e diretamente experienciável.

Há um “ponto” em que todos nós nos encontramos e este “ponto” é único e exatamente o mesmo – não tem o que discutir. Se você está discutindo é porque você não está vendo. Na verdade, não estamos aqui para criar uma nova filosofia, um novo dogma. Aqui, peço que você veja, por si mesmo, aquilo que está sendo apontado. Apenas o convido a investigar quem é você, além e apesar de todos os conceitos.

Você está apto a ver que quem quer que seja que você pense ser, naturalmente, tem a ver com uma sensação de separação, com uma sensação de individualidade, com uma sensação de isolamento, de diferença. Todas as sensações estão relacionadas ao objeto, porém, o objeto não existe sem a Consciência do objeto. Portanto, você é o objeto ou a Consciência do objeto?

segunda-feira, novembro 28

o infinito intocado

















Há uma série de mal-entendidos a respeito do aqui e agora, e eu gostaria de elaborar isso. Da maneira como você se concebe, você vive no tempo e não no aqui e agora. O “você” concebido pela mente vive no tempo, e quem você realmente é, não vive no tempo nem por um momento. Existe uma distinção entre aqui/agora e espaço/tempo, note.

Seu terapeuta diz para você ficar aqui e agora. Estou aqui para facilitar uma série de coisas – é importante que você as investigue e veja se fazem sentido. No entanto, o que estou dizendo é apenas um dedo apontando para algo. Agora, investigue!

A Verdade pura e simples é o pleno Silêncio. Não tem uma palavra que possa falar a Verdade, mas, inadequadamente, você não está preparado para isso. Então, vamos nos preparar e você vai entrar no Silêncio naturalmente, sem fazer nada, apenas compreendendo.

Este ponto – o aqui e agora – é crucial para a compreensão de quem você verdadeiramente é. Pondere que “aqui” seja a ausência de espaço e “agora” a ausência de tempo. Em seguida, pergunto: O que há na ausência de espaço e na ausência de tempo?

Participante —  Não tem nada.

Não pode haver nada, pois, se não tem espaço, nem tempo, o que é que tem?

Participante — O infinito.

O infinito é o que você é. Isso, que existe na ausência de tempo e na ausência de espaço, é você. E como nada pode existir na ausência de tempo e de espaço, você, em si, não existe. Essa é exatamente a sua realidade. Você é algo que não pode ser tocado, que não é tangível, que não pode ser medido.

Você tem construído uma entidade imaginária, que é mensurável, e você se identifica com ela. Mas, por que se identificar com algo que não é você? Você sofre tentando manter todas as ideias juntas, conectadas, com uma certa coerência. Freud chama isso de “ego”, e antigamente os budistas chamavam de “eu” – a  noção de que há um “eu”, um alguém com identidade própria, com um limite. Porém, o que é necessário para qualquer limite?

Participante — Tempo e espaço.

Sim, a identidade, a entidade, precisa de tempo e espaço. Para pensar a si mesmo, é necessário tempo – não existe pensamento sem tempo. Da forma como você se compreende, você pode existir sem o tempo? Você pode pensar sem o tempo? Experimente! Pense a si mesmo sem ter tempo para pensar – isso não faz o menor sentido. A verdade é que, se não te derem tempo, você não tem a menor ideia de quem você é. A transcendência do Ser, portanto, ocorre na ausência de tempo e na ausência de espaço.

sexta-feira, novembro 25

a ordem amorosa do caos
















O mundo convenciona absolutamente tudo o que acontece. Se você não pensa da forma que o mundo pensa, o que acontece contigo? Logo convenciona-se que você está louco, e esta é mais uma convenção. Satsang revela um “ambiente” que não segue nada do que estão dizendo.

Acordar significa terminar o sonho. Se não despertar para isso o quanto antes, a morte trará esta revelação, porque a morte termina com o sonho. Este corpo é um sonho, e imaginar que exista uma pessoa por trás deste corpo, dono deste corpo, é o sonho. De onde você tirou essa ideia? Este corpo não é seu!

Existe um “eu” por trás de tudo, e este é o “eu” que deve ser averiguado. Não imagine! Não pense! Encontre o verdadeiro “eu”. O “falso-eu” só pode ser encontrado se você pensa e imagina. Se sua intenção é despertar, você deve olhar para aquilo que não precisa de tempo para existir, aquilo que não existe no tempo, isto é você e está aqui e agora. 

A mente, que está por trás disso que chamamos “pessoa”, quer sempre algo que não está presente e, nisso, projeta a sua vida no passado e no futuro – gerando a manutenção do sonho. Ela, a mente, insiste em organizar tudo, o que gera controle e, consequentemente, frustração. Guiadas pela mente, as pessoas estão cada vez mais infelizes. Isso porque elas estão tentando aplicar uma ordem – limitada – em algo que é muito maior, ignorando, inclusive, a ordem amorosa do caos.

Compreenda, faca algo diferente, abandone tudo o que tem feito de uma maneira robótica. Pare! Abandone as convenções ou, ao menos as questione, e veja o que acontece. Se liberdade e quietude for o resultado inerente, estaremos conversados. 

quinta-feira, novembro 24

a beleza do olho vazio



















Quem sabe do amanhã? O amanhã é totalmente aberto. Ele só é sequencial porque você se aprisiona numa rotina de pensar e agir. Quando há uma suspensão no agora, o amanhã não entra mais em pauta, – você vive com os olhos maravilhados de uma criança, surpreendendo-se e curtindo o que estiver acontecendo. O tédio só existe na mente porque ela tende a “pré-ver” o que vai acontecer. Quantas vezes você sofre ao pensar no que acontecerá no futuro?

Descubra que existe uma fonte intacta, pura e que não pensa. Isso é o agora. Descubra onde é e mude-se para lá imediatamente! No começo, visite o “agora” sempre que puder. Mais adiante, você poderá chegar ao mesmo ponto de Bodhidarma quando ele afirmou ter entrado no mais profundo de seu Ser e que nada sabia.

Resguarde-se o máximo que puder, não se ofereça aos seus pensamentos e rebele-se contra o que sua mente diz. Há um lugar em você que olha para tudo com os olhos totalmente vazios de conteúdo.

Você tende a olhar para os objetos com a sua mente, mas não pergunte para ela o que as coisas são. Em questão de segundos, a mente põe rótulos em tudo o que você está vendo ou sentindo. Ela pensa que sabe tudo, e que saber é poder. No entanto, proponho um corte com isso através de uma inquirição. Diante das propostas da mente, pergunte-se quem é o autor delas. Sempre haverá uma resposta. Ao ver que realmente não sabe o que as coisas são, você retorna  à fonte silenciosa.

Ao afirmar que está sofrendo ou sentindo algo, verifique quem é que está sentindo. Isso não vai tornar seu corpo mais flexível porque não tem nada a ver com isso. Também não vai deixa-lo mais saudável, mais sexy ou mais rico,– isso, definitivamente, não está em pauta. Proponho um experimento altamente existencial, – não é uma nova teoria. Permaneça aberto, ou você mesmo se aprisionará.

Cada vez que tem uma conversa com alguém e diz que ele fez isso ou aquilo, você está o convidando para morar na sua jaula particular. Por isso, proponho que você duvide do que está dizendo. Note que, se tudo o que pensa não for verdade, é possível encontrar novas referências no momento presente.

quarta-feira, novembro 23

fresta de luz


Acordar implica em perceber que, ao invés de assumir tudo o que a mente dita como realidade, existe a possibilidade de olhar por uma fresta e ter uma visão completamente outra. Estou chamando, propositalmente, de “fresta” para que você não se engane a respeito da iluminação, achando que ela seja uma espécie de “super-poder”.

Acordar para si mesmo, abre uma fresta que deve ser visitada regularmente, até que se torne uma grande fresta sem bordas. Isso ocorre na medida em que você se oferece à Consciência. Se você não se oferece, essa pequena fresta tende a se fechar e você permanence vendo a si mesmo e o mundo através de uma visão equivocada. Porém, se você vê essa abertura e se entrega a ela, a explora em seu máximo, a realidade tecida pela mente cede à Consciência.

Olhar através dessa fresta é ver uma enorme rachadura no sistema como um todo. Ou seja, é ver a realidade muito além daquilo que seus olhos alcançam. Encoraje-se! Arrisque! Não tema… Tem muita gente que olha pela fresta, guarda o endereço dela e volta a cobrir seus olhos com os véus da ilusão. Meu convite é para que você resista. Permaneça desperto e atento quanto a essa abertura. Essa fresta de luz...

terça-feira, novembro 22

vidas passadas não movem moinhos

Existe um ponto onde não há pior nem melhor e isto é apontado em Satsang. A partir disso, é possível ver que o mundo não está melhor nem pior.  Se o mundo não está pior, não precisa melhorar.  E se não está melhor, não pode piorar. Aqui repousa a paz que você tanto procura, e aceitação é a chave. Isto é meditação.  Este é o centro, a fonte – e tudo o que foi feito, existe para que você chegue a isto.

Um mundo melhor seria um mundo verdadeiramente democrático, onde as diferenças não apenas são aceitas, como, de fato, inexistentes. As diferenças estão na superfície e são absolutamente aceitáveis. Todo o seu compromisso deve ser unicamente em reconhecer a sua verdadeira natureza, isto é tudo o que importa!

Investigue: o que o guia são palavras na sua mente ou algo existencial que está disponível aqui e agora, indiferentemente do que esteja acontecendo ao seu redor? Quem você é permanece intacto, não importa a situação em que seu corpo, sua mente ou o mundo se encontre. Se você vislumbra ser a Consciência, uma vez visto, agora é possível que isto o acompanhe a todos os lugares. Você não está mais em busca de algo, onde quer que você vá, aquilo que você buscava já encontra-se lá.

Nenhuma situação deve ser evitada, não há nada acontecendo fora daquilo que você é. Tudo está dentro da Consciência. As situações são inevitáveis. Aquilo que está por acontecer, já está acontecendo. O único porto seguro é, diligentemente, o reconhecimento transcendental de que os acontecimentos tocam aquilo que você não é. Porém, aquilo que você é, não é tocado por absolutamente nada que acontece. E repito: “não importa o que aconteça”.

O corpo sente dor, o corpo grita, o corpo sente medo… Ele vive para sentir e tem todo um treinamento, um condicionamento que o faz agir e reagir às situações de um jeito ou de outro. É o seu comprometimento com aquilo que lhe é revelado em Satsang, com a Consciência como realidade do seu ser, que define a maneira que você se expressa no mundo.

Para acabar, um conto Zen... Um monge perguntou ao mestre Kegon: “Como regressa à vida cotidiana, alguém que alcançou a iluminação?” A resposta do mestre foi: “As flores e as folhas caídas jamais retornam aos seus antigos galhos”. Não tem regresso, a vida que você tinha, pautada nas crenças que você tinha, já não existem mais. Agora é tudo novo. O velho não rege o agora. O agora é sempre novo, fresco, novidade atrás de novidade… Este é o “mundo” que está a sua espera, confie e surpreenda-se!

sexta-feira, novembro 18

desesperando a dor


Estou aqui como seu amigo, mas não um amigo da maneira que você pensa que eu deveria ser, porque eu não estou do “seu” lado, estou do lado de quem você é de verdade. E, nesse caso, para sermos realmente amigos, você também precisa estar do lado daquilo que você é, e não daquilo que você pensa que é.

Não estou aqui para compactuar contigo, porque compactuar contigo significaria ajudá-lo a continuar imaginando, sonhando a realidade. E eu não posso fazer isso. Se eu compactuo com a sua permanência e com a manutenção das suas esperanças, estarei sendo infiel. Não conte comigo como alguém que sabe mais e que te colocará no colo…

Não estamos aqui em nome da perpetuação da mente, enquanto equívoco. Entenda bem. A mente enquanto instrumento é bem vinda e tem o seu lugar. Mas, não posso propor que você prorrogue a descoberta de quem você é longe de todos os equívocos propostos e impostos pela mente.

Nesse caso, não pretendo funcionar como um “doril”, não estamos aqui para prorrogar a dor. Acredite, prorrogando, a dor renasce e se fortalece. Estou aqui com outro antídoto, com outro remédio… este é o único remédio que posso oferecer: não remedie!

Se você está desesperado, deixe-me ajudá-lo a ficar um pouco mais, pois seria definitivamente perfeito que você perdesse todas as esperanças e parasse de buscar do lado de fora aquilo que está dentro, esperando por você.

Culturalmente nos é proposto que a esperança seja mantida, todos querem viver um sonho. Isso é o que está sendo cantado nas músicas e é exaltado nos comerciais de TV. Mas Satsang não propõe um caminho, propõe um encontro. Não prorrogue!

Eu sei que estou indo contra uma pilha de argumentos, aparentemente cabíveis. Mas investigue com toda a sua força: onde está enraizado o sofrimento? Parando de imaginar, o que é que fica? Veja! Você é aquilo que está, aqui e agora, por trás de todas as coisas.

quinta-feira, novembro 17

sem imaginar, quem é você?


Você já é aquilo que você está querendo ser. Pare de imaginar tudo o que você imagina e veja aquilo que você é. Porém, aqui surge um aparente problema: Como parar de imaginar? Você não tem como parar, porque quem que pararia?

A mente imagina que pode parar de imaginar, mas isto seria de novo a mente imaginando – e assim ela se perpetua. O nosso único intento está em ver e realizar que este objeto chamado “corpo-mente” aí sentado não é você. E a matemática é simples. Você não é esse objeto porque você pode percebê-lo. Todo o mundo diz que você é esse objeto, enquanto Satsang propõe este salto: esse objeto aí sentado só existe porque você pode percebê-lo.

A investigação derradeira é notar se essa observação é proveniente do corpo ou este corpo está sendo notado tanto quanto todos os demais objetos. Se não é proveniente do corpo, de onde vem? Estamos diante de um mistério, e, se chegou até esse ponto, sinta-se agraciado. O próximo passo é aprender a conviver com este mistério.

Esteja pronto para que sua mente negue o que está sendo dito em dois dias. Mas não faça nada com isso. Deixe que ela negue. Ela sabe que concordando, some. Portanto, ela nega. Mas para saber quem você é, não é necessária a concordância da sua mente.

Entregue-se à simples investigação: neste micro segundo, entre uma respiração e outra, onde está a sua mente? Isso é tão simples que a maioria tende a não compreender. Mas, eu insisto: você já é isso que você está buscando!

quarta-feira, novembro 16

o ver, o pensar e a porta aberta


É urgente voltar para quem você é

Onde mora todo o seu desconforto e sofrimento?
Não é naquilo que você é.
É naquilo que você vê e repete como sendo você - vigorosamente,
insistentemente, repetidamente, ideologicamente e inegavelmente.
Você insiste em ser aquilo que vê, separado de todas as coisas.
Você se vê separado por se pensar separado.

Então pergunto: você vê o que pensa ou pensa o que vê?
Em realidade você não vê - pensa que vê.
Há em você um pressuposto a respeito de todas as coisas, que se articula apenas por oposição. Essa oposição gera conflito, que, por sua vez, gera sofrimento.

É urgente chama-lo de volta a quem você é.
Desejar voltar-se para quem você é, é urgente!
Onde está a dúvida? Por que você não volta?
Porque insiste em negar que é aquele que vê, e não o que é visto.

Ao ver quem você é, a porta da compaixão se abre.

Nosso encontro, definitivamente, implica em invocar a possibilidade de você tomar, com maturidade, a atitude de voltar-se para dentro.

Volte-se para aquilo que você é, e questione-se.
Exercite seu potencial investigativo e veja que você não é aquilo que a sua mente insiste em dizer que você é.

terça-feira, novembro 15

os olhos da quietude
















Já observou quantas coisas você teme no seu dia a dia? Abra os olhos e veja que não há nada a temer. Quando você abre os olhos, um campo alquímico se abre e, vibrando num nível tão diferente, certas coisas que antes o amedrontavam se tornam invisíveis aos seus novos olhos.

Da mesma forma, quando fecha os olhos, está fadado a não ver a bem-aventurança que está diante do seu nariz. Você é cego e permanece imaginando. Abrindo os olhos, o que estava oculto aparece.

Dentro ou fora do drama, pergunte-se: “Quem sou eu?” Agora, seja honesto e sincero consigo mesmo. Se olhar para o lugar certo, é possível que a resposta, de olhos abertos, não se encaixe em drama nenhum.

Em menos de um segundo, a tragédia vira comédia e você entra num ambiente de pacificação no qual toda a metabolização da confusão – o discurso, a historia – perde consistência.

Experimente suspender todo o movimento interno em relação à universidade, ao trabalho,  ao passado, futuro, pai, mãe, marido, dinheiro... Stop! Fique quieto. Isso pode ser difícil para a mente, mas, saiba, não estou propondo que ela fique quieta. É difícil para a mente, mas é muito fácil para você. Porque você é quietude. 

segunda-feira, novembro 14

o segredo do silencio


Osho conta:

Certa vez Gautama Buda, estava passando por uma floresta no outono. A floresta estava cheia de folhas secas e Ananda, ao encontrá-lo sozinho, perguntou-lhe: “Sempre quis perguntar isso, mas diante dos outros não pude ousar. Diga-me a verdade, você nos disse tudo o que sabe ou ainda está guardando alguns segredos?” Gautama Buda apanhou algumas folhas do chão e disse a Ananda: Eu disse apenas esse tanto, as folhas que você vê em minha mão, mas o que eu sei é tão vasto, quanto todas as folhas desse floresta. Não é que eu queira guardar isso para mim, mas é simplesmente impossível até mesmo falar dessas pequenas folhas é um árduo esforço, porque está acima da sua capacidade de entender. Você conhece os pensamentos, mas nunca experimentou a ausência de pensamentos. Você conhece as emoções, mas nunca conheceu um estado em que todas as emoções estão ausentes. Como se todas as nuvens do céu tivessem desaparecido. Estou dando o melhor de mim, disse Buda. Porém, mais do que isso não é possível transferir por meio de palavras.

Sempre que existe alguém disposto a se afastar dos pensamentos, a se afastar das emoções, a se afastar de si mesmo, o aqui se abre. Não guarde isso como uma memória. Não tem uma memória do aqui. Reconheça a possibilidade preciosa de estar presente para sempre. Este momento é eterno! O aqui é imensurável, ele não termina.

Quando começam os pensamentos, acesse com um pouco mais de acuidade, o fato de que, mesmo que os pensamentos estejam, o Silêncio continua. Para os desavisados, parece que o Silêncio desapareceu, mas não. É por causa do Silêncio que existe possibilidade de ruído. Se não houvesse Silêncio não teria ruído. O Silêncio é a fonte de tudo. De onde tudo vem e para onde tudo vai.

sexta-feira, novembro 11

os olhos fechados do buda estão abertos


Quando a luz acender, abra os olhos e deixe que ela te guie. A visão presente não tem nada a ver com o que passou, nem com o que virá. Quando um buraco surge na sua frente, olhe para ele apenas como um buraco, e desvie. A mente cataloga todos os buracos e faz uma ligação entre eles. Esqueça isso! A mente não pode ver em tempo real, ela se relaciona sempre com o “antes” e com o “depois”. E você aceita essa imposição, até que esteja atolado até os chifres - quando pode surgir a possibilidade de dar-se conta que a realidade do momento presente não passa pela mente.

Observar é a sua natureza, e a luz é o que se acende na presença de alguém que aponta para isso. Na maioria dos casos, as pessoas então tão involucradas na ilusão que, de um susto, a luz acende sozinha. Essa é uma pequena chama, é um nascimento, digamos assim, de um “novo você” e agora você deve restabelecer uma nova visão, uma nova leitura, quase que desde o ABC, com a vida, e praticamente reaprender a mover-se no mundo a partir disso.

Mas, você insiste em tatear cego, acreditando que precisa de tempo para ver quem você é. Acorde! Observação não precisa de tempo para ocorrer. Antes de todos os acontecimentos, a observação está presente. Ela não vai a lugar nenhum, nem precisa crescer. Você, cego, nada pode fazer. A Observação se retro alimenta, ela não depende absolutamente de nada nem ninguém. Aliás, ela é tudo o que existe.

Neste “novo você”, seu cérebro começa a se organizar de uma maneira diferente, você passa a se mover de outro modo. Sem processo mental, sem processo intelectual, o cérebro começa a responder no presente. Este movimento não é exercido por uma entidade imaginada, é exercido por uma visão em real time, em tempo real.

quinta-feira, novembro 10

the goose is out!


Já ouviu falar na história do ganso na garrafa? Um mestre zen apresenta o seguinte koan: dentro da garrafa há um ganso, como tirar o ganso para fora da garrafa, sem matar o ganso, sem quebrar a garrafa?

Muitos, até hoje, se dedicam a encontrar uma resposta... Mas, eu pergunto: que ganso? Que garrafa? Com a investigação correta, é possível realizar que o ganso está fora da garrafa. Não tem ganso, o ganso está fora!

A pergunta “Quem é você?” tem o mesmo nível de provocação, a mesma intenção. Afinal, como perguntar a ‘você’, quem é ‘você’? Atente à pergunta e veja para onde você olha em busca de uma resposta.

Quando colocada para uma pessoa sem o mínimo contato com a realização espiritual, esta pergunta leva qualquer um, automaticamente, ao mesmo lugar. Em geral, você se identifica com o nome e com a forma. Você acredita que é o “João”, homem, gordo, alto, engenheiro, marido da “Maria”, mulher, loira, baixa, pediatra, filha da “Antônia”, mulher, velha, rica, casada com o “Pedro”, homem, empresário... e esse ciclo não tem fim. Isso é Samsara, a roda da vida. Satsang, portanto, propõe que você desperte para o fato de que esta não seja a realidade.

As terapias abordam esses estados: Pedro, Maria, homem, mulher, rico, podre, são, doente, alto, baixo, gordo, magro... Mas, apesar de almejada, não há perfeição dentro deste ambiente. Investindo nisso, o homem tem conseguido criar um mundo de competitividade – que é um grande mal.

Estamos aqui em nome de um “ponto infinito” onde não há melhor, nem pior, onde não hajam diferenças. Neste “lugar” a sua única (des)preocupação deve ser o agora, este é o “lugar” da Paz, este é o “lugar” da meditação, do centro, da fonte. O ganso está fora. The goose is out!

quarta-feira, novembro 9

a beleza expressa






















Rompendo com as ideias pré-concebidas, você se abre à possibilidade de ser a Consciência. Aliás, eu pergunto: o que mais você seria, se tudo é Consciência?

Você realmente se considera o resultado de algo que, primeiramente, outros fizeram e, agora, daquilo que você faz? Mas, veja, tudo o que você tenta fazer, é incerto!

Um dia desses, vi um DVD do Renato Borghetti, e todos os músicos, inclusive ele, atribuíam a realização daquele trabalho a algo além das suas mãos. Eles falavam a respeito daquilo ter acontecido por acaso. Não consideraram a existência do divino. Atribuo à Consciência, ou seja, o todo. Ou simplesmente a esse mistério que é existir.

Alguém perguntou ao Borghetti como ele começou a tocar gaita, e ele disse: “Bah! Eu não sei! Um dia eu peguei uma gaita, comecei a brincar e descobri que aquela brincadeira tinha música dentro dela.” O convite foi feito e ele aceitou. Isso explica o sucesso que ele tem – ele se rendeu à mágica dessa brincadeira gerar algo tão belo. E, se assim continuar, sem se meter, será possível gerar beleza sempre.

No entanto, levando a vida à sério, a maioria só consegue reproduzir o que alguém já fez ontem. Sentado em silêncio, sem fazer nada, traga isso para o seu dia a dia. Deixe que o seu corpo se mova, observe a Consciência o empurrando para as mais diversas situações, e confie. Em silêncio, mantenha-se sintonizado com a beleza e permita que ela se expresse através de você.

terça-feira, novembro 8

sem pé nem cabeça



















Satsang nos convida a tirar os sapatos. Gosto muito da ideia vinda do Osho que dizia: “Deixe os seus sapatos e a sua mente lá fora!” Essa é a única possibilidade de celebrarmos algo que ninguém consegue dizer, exatamente, o que é, porém é sensível sob a mínima investigação dos conceitos aceitos como verdade.

Estamos aqui, justamente, para metabolizar isso. Você precisa ter olhos para ver e ouvidos para ouvir. Exponha-se, tire a sua pele e fique sensível a isso. Sem pele, ardendo, em chamas, veja que é possível e está disponível.

Se você se vê como uma pessoa, no espaço e no tempo, você vive com este ou aquele defeito, com esta ou aquela qualidade, com esta ou aquela culpa, com este ou aquele orgulho... Ou seja, você carrega toda a complexidade de ser uma pessoa.

Nesse ambiente, dentro do espaço e do tempo, não existe luz. Nesse ambiente, apenas se reproduz o que veio antes. Quando há luz, é possível romper com o que foi imposto e criatividade nasce.

Portanto, olhar para fora, habitar o lado de fora como sua única morada, é o maior equívoco. Nesse lugar que você insiste em olhar não vai haver luz. Não tem chance. Desista!

Volte-se para dentro e comece a vislumbrar a possibilidade de realizar que o histórico que a mente apresenta é apenas um padrão repetitivo, vindos de outrem, inegavelmente aceitos no perímetro mundano, porém, de nenhuma utilidade para descobrir quem você é.

segunda-feira, novembro 7

o macaco satisfeito e a observação




















Compartilho esse texto do “Segundo livro do Tao”, de Stephen Mitchell...

Quando exaurimos nossa mente nos apegando a um lado especifico da realidade, sem perceber a unidade subjacente, temos o chamado “três pela manhã”.
O que isso significa?

Um treinador de macacos ao distribuir castanhas, disse:
– Cada um de vocês receberá três pela manhã e quatro à tarde.
Os macacos ficaram indignados. Ele disse:
– Então, vocês receberão quatro pela manhã e três à tarde.
Os macacos ficaram satisfeitos.

Nada essencial havia mudado, no entanto, uma declaração provocou ira e a outra alegria.
O treinador simplesmente soube como se adaptar à realidade e nada perdeu com isso.
Assim, o mestre usa a sua habilidade para se harmonizar com os dois lados e repousa no Tao, que tudo iguala. Isso se chama “andar por dois caminhos de uma só vez”.

O texto fala de “andar por dois caminhos”. Quais são os dois caminhos? Há o “você-Observação” e o “você-personagem”. Você deve andar nesses dois caminhos – ambos propõem aprendizados.

Trabalhe, se relacione, mas fique no meio. Se alguém o chamar de “idiota”, não tente impedir, deixe-o. Se quiser impedir isso, é porque se sente um idiota – e, de alguma maneira, ele descobriu.

Permanecer no centro, no meio, é estar atento quanto à Observação. A maioria das pessoas ignora essa possibilidade e vive absolutamente identificada com o personagem. No entanto, estou aqui para invocar a possibilidade de que você se identifique com a Observação como sendo você. Aproxime-se disso!

sexta-feira, novembro 4

mente aposentada, flores na seta
















O meu convite não é dar certo ou errado, é que você viva a vida, exatamente, do jeito que ela é – e descubra que, nisso, há um outro sabor, uma nova textura se apresenta. Essa é a verdadeira “qualidade de vida”. Nenhum outro investimento será relevante, a menos que você encontre este “ponto”.

Apaixone-se por aquilo que você é – e, primeiro, saiba aquilo que você é, não é o seu corpo nem a sua mente. Não confunda o que você está vendo com aquilo que você é. Ao final, em verdade, tudo (absolutamente tudo) é o que você é, não há a mínima separação possível entre você e nada ou ninguém. Isso é o que torna o amor possível.

Olhe para onde a seta está apontando. Você pode até depositar um vaso de flores na seta, mas o mais importante é atender ao seu apontamento. De nada Irão adiantar as flores, se você não seguir a sua indicação.

Osho dizia de outra maneira: “Não morda o meu dedo, olhe para onde estou apontando”. Este é o meu convite: pare de fazer todas as coisas e veja o que acontece. Mergulhe nisso até que o seu fazer se torne o “não-fazer”, que é a mais pura expressão da Consciência que você é.

Primeiro, desperte para isso. Depois, a compreensão. E, por fim, incorpore, desapareça nisso. Esse incorporar começa por aceitar aquilo que está posto e deixar que as coisas se acomodem, enquanto você permanece vigilância.

Medo surge. Espere um pouco... investigue esse medo que está aparecendo. Você é o medo? Você é o que está com medo? Ou você é aquilo que está vendo o medo em ocorrência, num determinado sistema, num determinado momento? Na verdade, dizem os mais antigos, que quando você começa a despertar para aquilo que você é, a mente cria monstros ainda maiores, para ver se você volta para o conhecido, o aparentemente seguro. A mente não quer perder você. A mente não gosta de perder.

Ela, a mente, é apaixonada por você. Aliás, você, enquanto essa entidade ilusória, é a razão dela existir. Sem esse ente imaginário, a sua mente não tem absolutamente nada para fazer. Satsang, portanto, promove a “aposentadoria” da sua mente.

Permita que a sua mente se ocupe com o mínimo, com o simples que lhe cabe. Ela pode lavar o copo, cozinhar o arroz, lavar a roupa, cumprir sua função no trabalho, porém, nada além disso. Essa é a mudança que está disponível no ambiente de Satsang. Aqui, a mente não é dominante, ela é instrumental. Permaneça atento, pois ela irá chamá-lo de volta ao “seu mundo”. Mantenha-se quieto e observativo diante de todos os fenômenos. Tudo, por mais grandioso que seja, passa, e você permanece observando. 

quinta-feira, novembro 3

o equívoco do equivocado ou o centro do labirinto


Participante – Satya, o que é muito louco, é que, apesar da compreensão, apesar de confiar piamente no que vejo através de Satsang, não entendo porque continuo me equivocando, me confundindo, “viajando” desse jeito...

Agora, só falta você notar que aquele que está equivocado não é você. Desse ponto, nasce a realização derradeira de que aquele que está equivocado não precisa ser “des-equivocado”. Isso é o que estou tentando fazê-lo compreender.

Ao descrever o equivoco, note que você não é o equivocado. Quem está equivocado? Verifique! É por isso que a verdade e a mentira ficam absolutamente transparentes aqui nesse contexto.

Participante – Então, é como se eu estivesse equivocado até me dar conta disso, porque, quando me dou conta, quando tomo consciência do equivoco, ele acaba. É isso?

Até porque você nunca foi o equivocado. É isso o que estou tentando dizer... Refletir o equívoco, não faz do espelho equivocado.

Participante – Noto que essa resistência da mente, quanto à entrega, acontece para mim...

Espera... Para “mim” quem?

Participante – Para a mente, é assim que ela vê... Eu entendo que não sou a mente, que sou esse que está vendo tudo. Mas, de repente, é como se houvesse uma briga entre aquilo que eu não sou e aquilo que sou, mas que ainda não estou totalmente realizada com.

Há mesmo, uma briga? Quem você é, está brigando com alguém, por algum motivo, nesse momento?

Participante – Não. Em verdade, não.

Por isso eu insisto: acenda a luz. Observa a descrição dos fenômenos, ouça o que você está dizendo. Ou você quer mesmo que eu concorde que você está equivocada?

A única coisa que eu posso fazer é ver se você se dá conta que o equivocado é apenas um reflexo na Consciência que você é. O equivocado não é você.

Osho diz: “Um burro aparece diante do espelho, mas o espelho não vira um burro. Depois que o burro sai, o espelho permanece vazio.” Na verdade, mesmo enquanto o burro está diante do espelho, o espelho permanece vazio. E isso é tudo o que você precisa realizar.

Cesse essa mania de se identificar com o objeto que está sendo percebido, e dissolva-se naquilo que está por trás de tudo. Observe!

quarta-feira, novembro 2

há quem tenha medo de perder o medo. Mia Couto




queridos amigos e leitores,

pelo assombro ao ver este vídeo,

acho necessário compartilhar aqui.

muito amor a todos.







infinito no infinito


Quero reforçar, quão necessário for, a proposta de habitarmos o aqui e agora como nossa verdadeira morada. O engano é imenso e está mais do que na hora de esclarecermo-nos a respeito da Verdade.

O meu convite é para que você suma no aqui e agora. Apenas um vislumbre é necessário e você poderá notar que aquilo que você é, já está aqui e agora.

Olhe para aquilo que ressoa como Verdade em você e entregue-se. A Verdade toma diversas formas para empurrá-lo em direção ao seu próprio amanhecer.

Um vislumbre de compreensão, e aquilo que é irreal se revela falso e some. E não tente perpetuar tal “experiência” na sua mente, porque não há a menor possibilidade de você recordar-se do agora. O agora não precisa ser lembrado, aquilo que você é, agora, não precisa ser lembrado.

A compreensão é como um relâmpago no aqui e agora, para sempre. O único impedimento é que você acredita, crê, em tudo o que é irreal, improvável, como verdadeiro. Não pense nem mais por um minuto e veja o que é que permanece.

Um mero insight desarticula toda a direção. Você não está indo a lugar nenhum. Fique aqui e agora, sempre. Para onde você iria, se o aqui e agora é infinito? Não está ontem nem será amanhã. Apenas aqui e agora você pode olhar e ver quem você é.

terça-feira, novembro 1

fiel ao agora, a si

O espelho apenas reflete o agora. Dedicar-se a isso proporciona uma revolução interna. A mente pensa no ontem e no amanhã, mas eu pergunto: onde está a sua mente, agora? Capitalize isso e desperte. É um presente, receba-o! Verifique: onde está a sua mente agora?

Pare de se confundir! Esclareça-se a respeito de quem você é. A mente pensa no ontem e no amanhã e tudo isso está acontecendo agora. Aliás, sem pensar, localize a mente ou qualquer outro acontecimento. Isso me lembra uma frase que ouvi um dia: “Você só existe quando tem dor de dente”. Não é verdade? Você só se ocupa com a entidade “eu” quando se remete ao corpo e à mente.

A vida acontece sem sua interferência. Somente quando algo não está indo como você gostaria, você lembra que tem uma perna doendo, por exemplo. Mas note se essa perna não está sendo pensada. Você pensa na perna e ela vira uma sensação na consciência que você é. Eu disse: “uma sensação”. Ou seja, algo não-espacial que está em ocorrência e passará dentro de instantes.

O espelho, no entanto, reflete o agora. E “agora” não tem perna, porque agora não tem você. No agora, “você” desaparece. O mundo só existe porque tem mente. E, aqui, o que quero dizer com “mundo”, inclui você.

Portanto, invoco o mínimo vislumbre de que não tem “ninguém” e que o processo pelo qual você se moverá amanhã está predeterminado pelo passado. Assim, se você realiza que não tem passado, junto com isso, o amanhã desaparece.

Pondere: você poderia sair, nesse instante, rumo a um ambiente completamente desconhecido e não olhar mais para trás? “Des-comprometa-se” com o ontem e com o amanhã e permaneça extremamente fiel ao agora.