sábado, outubro 30

além das possibilidades, aquilo.



Eu não estou propondo um caminho.
Eu estou propondo que você reconheça por si mesmo
quem é a boa companhia, quem é a Verdade.

Existe apenas um obstáculo.
E para você ver quem é a boa companhia,
para você ver o que é a Verdade, você precisa estar desperto
para o fato de que você é o único obstáculo.
Você quem? Esse você que se pensa.

É preciso dar-se conta de que esse “você” é apenas
uma construção mental, uma entidade dentro
de infinitas possibilidades. E, sejamos francos,
você escolheu esta possibilidade um tanto quanto defeituosa,
enquanto existem milhares de outras possibilidades
dentro deste momento. No entanto, aqui,
não está em pauta escolher nenhuma possibilidade.
Está em pauta permanecer exatamente avesso
a todas as possibilidades. Permanecer, então,
silencioso – para ver que nenhuma possibilidade, de verdade,
é a Verdade; que nenhuma possibilidade, de verdade, é a boa companhia.
A “boa companhia” é exatamente onde as possibilidades ocorrem.
Este corpo-mente sentado aí e este corpo-mente sentado aqui
são possibilidades ocorrendo em boa companhia.
Ao desprender-se da idéia de que “o experienciado”
seja você, lhe é revelada a verdadeira boa companhia.
E nesta revelação existe a dissolução do percebido.
O percebido, de um ponto de vista quântico, relativiza-se –
ele não é tão importante assim.
E eu insisto: quando “o percebido” não for mais tão importante,
outras possibilidades penetrarão no seu campo de percepção.
E neste sentido, você não mais estará sendo guiado
pelo colapso da possibilidade engendrado pela sua mãe,
mas, sim, por uma nova nascença.

quinta-feira, outubro 28

a vida sem filtros, os olhos.



















Atualmente há uma abertura que nos oferece
uma nova modalidade de Conhecimento.
Essa nova modalidade de Conhecimento
reestrutura o modo como vivemos as nossas vidas.
De onde nós viemos existe uma estrutura que nos diz como a vida é,
mas a atual abertura subverte completamente este como a vida é.
A forma de nos comportarmos está embasada numa relação direta
de como nos concebemos. E o que você concebe como sendo você?
Se você observar que a concepção na qual você tem acreditado
está fadada ao fracasso ou que ela é errônea, equivocada,
naturalmente há um deslocamento, que eu chamei antes de abertura
para uma nova modalidade de Conhecimento.
Você se desloca do que foi aprendido, concebido,
e começa a pulsar na vida de uma forma diferente, independente do seu querer.
Na verdade, essa nova modalidade de Conhecimento remove o seu querer
como fundamento de alguma coisa.
Você não tece mais suas metas em cima do que você quer ou deixa de querer.
Você nota que o que você quer (ou deixa de querer) não tem nenhum fundamento
diante dessa nova plataforma. Essa é uma experiência direta.
É como tirar lentes ou um filtro dos seus olhos.
Como você se concebe depende absolutamente desse filtro.
E dada à concepção que você tenha a respeito de si mesmo,
você concebe tudo aquilo que você vê.
Conceber-se como uma entidade independente, isolada,
separada do Todo, reflete diretamente em sua relação com os objetos,
com os outros, com a vida.
A partir do momento em que essa concepção (do 'eu' separado)
não diz mais respeito a como você se percebe, a sua relação com os outros,
com os objetos, com a vida, torna-se distinta.

terça-feira, outubro 26

a fragrância do vaso vazio
















Há um ponto em que cabe avaliarmos onde gostaríamos de estar.
A resposta a essa questão está fadada a ser sequencial à concepção que temos a      respeito de quem somos.
A concepção de si mesmo o remete a esse outro lugar onde gostaria de estar.
No fundo, tudo passa por uma palavra-chave: "aceitação".
Se for capaz de aceitar absolutamente tudo, do jeito que é, você está em casa.
Você só não está em casa, por considerar que esteja faltando alguma coisa.
O que está faltando?
Quando se der conta de que o que não o deixa ficar em paz são os "poréns",
você se muda para um outro lugar.

Há uma nova modalidade de conhecimento que nos concebe como sendo nada do que pensávamos.
A sua concepção de si mesmo está totalmente em xeque.
Há uma citação que cabe perfeitamente em nosso contexto: "Um vaso é utilitário pelo vazio que contém”.
Se você olha para si como uma entidade, atrapalha o fluxo do Universo.
Se vê a si mesmo como vazio, você se torna um instrumento do Universo.
Você pergunta o que o Universo quer de você?
Isso é um mistério.
Agora, como entrar em sintonia com o mistério, é simples:
veja o que você está querendo e tire isso da sua frente.
Até o instante em que você diga:
“Não quero nada. O que acontecer está bom para mim".

Talvez isso pareça delicado ou perigoso,
porque entra em conflito com a noção que você tem de si mesmo.
Mas vamos olhar da seguinte forma:
existe uma ideia a respeito de quem você é,
que foi emprestada pelos seus pais, e aos seus pais pelos pais deles,
e aos pais de seus pais pelos pais deles... ad infinitum.
Porém, hoje há uma nova possibilidade, que eu chamei antes de "um novo conhecimento".
É uma nova modalidade onde você entra em contato direto com o reconhecimento de quem você é verdadeiramente, sem relação nenhuma com o passado.
Quem você é, não tem nada a ver com o passado.
E o mais novo é que você não precisa removê-lo.
Ele continua no mesmo lugar de sempre, apenas não mais há a sua identificação como sendo o passado.

Eu falei que era perigoso e vou rearticular: o que eu tenho para revelar e convidá-los a ver, é perigoso.
Mas é perigoso somente porque diz um profundo "Yes!" para você,
de uma forma tão grandiosa, tão total, que você não precisaria fazer absolutamente mais nada, a não ser amar a si mesmo exatamente do jeito que você é.
É uma proposta um tanto diferente, porque todos estão tentando mudá-lo.
Você está sempre tentando se tornar uma outra coisa, ditada pelas suas ideias e pelas ideias dos outros.
Há sempre um ideal em pauta.
Imagine o que uma rosa pode fazer a respeito do perfume que ela exala...
Pare! Veja!
Descubra qual é o perfume que a Vida quer que você exale.

segunda-feira, outubro 25

silencio é morte da pergunta
















Num ato de teimosia, trago à baila mais uma vez:
você é o Silêncio!
E o Silêncio é a morte de quem você pensa que é.
Mais simples, impossível.
Se você tem acesso, celebre.
Se não tem acesso, continue buscando.
Levante pedra;
moa pedra;
coma pedra...
e eventualmente ocorrerá a rendição.
Estou dizendo ‘ocorrerá’, erroneamente,
porque nada há de acontecer.
Se não lhe couber acordar para o Segredo,
você permanecerá buscando e tentando respostas às suas perguntas.

Silêncio é morte.
Morte do quê?
Estamos falando da morte daquele que, constantemente, quer uma resposta.
Isso me lembra uma história Zen onde um monge diz ao seu mestre:
“Mestre, você poderia me dizer o que é iluminação?”
Ao que o mestre responde: "Sim, poderia. Mas você pode compreender?"

A questão é simples:
você acessa à resposta essencial?
Se houver a coragem de colocar de lado tudo em que você acredita,
o acesso ao Silêncio é imediato.
Sim, Silêncio é morte.
E revela para a mente um vazio - aparentemente - indesejável,
é como um buraco negro onde tudo some.
A mente, então, fica na porta, insistentemente,
porque se ela se descuida, desaparece.
Não é realmente curioso, como algo tão simples, de tão bom gosto
e tão desejável, seja tremendamente perigoso para a mente?

Você não encontra a Verdade, porque ela não está perdida.
É simples assim.
Dê esse salto!
A Verdade não pode ser encontrada, porque ela não está perdida.
Se ela estivesse perdida, alguém já a teria encontrado.
Entenda: isso quer dizer que Ela está aqui e agora.

sábado, outubro 23

o iludido chora a morte da ilusão


















Não importam as alegorias.
Se você tem uma alegoria, qualquer que seja,
investigue e veja: alegorias também são castelos de areia.
Para que possa morrer,
você, necessariamente, tem que ser aquilo que morre,
aquilo que aparece, que tem aparecência, que tem aparência...
que é uma aparição.
Tudo aquilo que podemos tocar, medir ou pesar está fadado à morte,
por ter nascido um dia.
Porém, quem é que vê tudo que aparece?
O Ser pode ser visto, medido, pesado ou comprimido em algum espaço?
Não, ele não pode.
Portanto, como matá-lo?
Ele não nasceu.
Ele não nasce e não morre - e essa é a sua verdade.
Ou você casa com ela de uma vez por todas,
ou continua sonhando com os seus castelos de areia.

Você se ilude com o castelo de areia,
mas o castelo é de areia e mais cedo ou mais tarde -
talvez muito mais cedo do que você deseje -,
uma onda vem e o remove da existência.
Permanecer na experiência sem fazer vista-grossa para
quem você é, é saber que tudo que está acontecendo está fadado a desacontecer.

Em verdade, você não pode morrer, é o corpo que morre, que desacontece.
Mas note: estamos diante de uma facticidade.
Não tem como fugir disso. Muito antes pelo contrário...
Não se iluda com a ideia de que haja uma saída.
Aliás, a saída mais digna é a morte da ilusão.
Somente o iludido chora a morte da ilusão.
Saber disso é motivo de celebração.

sexta-feira, outubro 22

Agora não é hoje




















A mente sempre nos olha com condenação.
O Silêncio não condena.
O Silêncio aniquila 'você'.
Não fica 'você' em lugar nenhum.
'Você' desaparece.
E no lugar desse 'você' só tem Silêncio –
livre, observativo.

A mente condena e vive disso.
Já no Silêncio, nem mesmo o 'meditador' sobrevive.
No Silêncio não existem expectativas ou planos de futuro.
O Silêncio grita: “O Agora é suficiente!”
E isso altera tudo.
No momento em que começa a ter esse vislumbre,
você nota que não há nada que tenha relevância para Aquilo que você é.

Sosan disse: “Nem amanhã, nem ontem, nem hoje”.
"Hoje" ainda é uma descrição, baseada num referencial.

Agora não é hoje.
Agora é este momento onde não existe descrição possível –
permita-me chamar de momento, sabendo que não é um momento,
porque através da linguagem não tem outro jeito de dizer.
Mas, o Agora não é tempo.
No Agora não existe distinção entre isso ou aquilo.

O hoje ainda está acessível à mente.
O Agora não está.
No Agora não há mente, nem ego, nem você, nem nada.
Esse é o Silêncio.
E ver isso em totalidade, não é possível para a mente.
Embora às vezes a mente pergunte "como viver nesse Agora para sempre?”,
ainda assim é uma questão da mente.
O Silêncio sabe que nada precisa ser feito para viver o Agora,
porque é sempre Agora.

Mesmo enquanto você estiver caminhando no mundo da mente,
note concomitantemente o quanto o Silêncio não é afetado
pelas trapaças, pelas paranóias, pelas armadilhas que ela propõe.
O Silêncio não se importa com a mente.
A mente não cria nenhum problema para Ele.
Os obstáculos dizem respeito apenas à identificação de si mesmo
como sendo algo que você não é.
No momento em que você se desidentifica, nenhum problema mais existe.

quinta-feira, outubro 21

isto não é uma flor!
















Em realidade, é raríssimo pessoas que sabem quem elas são; 
as outras pensam que sabem.
A proposta é que você largue de mão o que você pensa.
Ver e pensar são duas coisas diferentes. Entre o ver e o pensar o tempo é tão exíguo que você não nota que está pensando que está vendo uma flor. Nós não estamos vendo uma flor!

Vai precisar muita atenção sua para verificar que o que você pensa é muito distinto daquilo que você vê. É crítico. É quase uma espécie de cegueira, você olha e imediatamente: flor, flor.... flor .... 
Mas você não está vendo uma flor,  você está pensando.
O intuito aqui é que você questione quem é você. Quem é você? Se preferir, o que é você?
Todo o seu sistema perceptivo está apontado para fora. Você pode fazer algo simples que é a investigação da mente, para que você se dê conta de algo que está além da mente.

 E quando digo:  que você se dê conta de algo que está além da mente, você precisa investigar se é o você que você pensa que é ou o verdadeiro você.
É o verdadeiro Você.

O verdadeiro VOCÊ pode Ver o que está além da mente. A sua mente não pode ver o que está além da mente, portanto muita coisa não vai fazer sentido lógico. E a nossa mente quer chegar a conclusões. Ela quer encaixar, ela quer encompassar o Ser. Ela quer ter o Ser. E o Ser é fugaz, nunca vai ser controlado pela mente.

É por isso que é tão raro que alguém Seja em total consciência.  A maioria das pessoas  estão no “estar” e não no SER. Elas tem a “si mesmas”, elas tem ideias de coisas, eles tem percepções, experiências; elas  simplesmente tem.
Elas rezam a cartilha do acúmulo. Quanto mais experiência e conhecimento eu tiver, mais eu sou, porque ter é poder. Saber é poder. Eu nunca ouvi "Ser é poder", até porque são duas palavras incongruentes, Ser não quer poder nada; ele está resolvido, está em paz.

Aqui é para você encontrar este “lugar” que já está pacificado e é o seu lar. Apenas  está obscuro  pela mente, pelas condições, não é só cultural ,  é morfológico  também. A forma humana vibra num lugar. A menos que você saia da forma humana, você vai continuar pulsando da mesma maneira.
Aquilo que você é transcende o humano.

quarta-feira, outubro 20

amante do Silencio




















Como é possível deprimir-se, face à visão do Silêncio que você é?
Só é possível estar deprimido se os seus sonhos caíram por terra.
Mas, no contexto de Satsang, des-iludir-se significa, de uma certa forma, que você está indo no caminho certo.
Você pensa: "Agora, o que eu posso fazer com a minha vida, já que eu não sou quem eu pensava?"
Eu insisto: o que fazer com a vida, além de vivê-la intensamente?

Em observação, você há de notar que as coisas passam e você não passa.
E se tudo passa por você, mais precisamente é possível ver que até o seu corpo - aquilo que você vinha chamando de você - está em passagem, está de passagem. Portanto, como preocupar-se com aquilo que está passando e que, inevitavelmente, passará?
Se você for um poeta, como Mario Quintana, dirá: “Eles passarão e eu passarinho!” Essa é uma forma tão bonita de aludir àquilo que eu sou!
Os outros existem no tempo, eu não.

Onde pode haver confusão se você começa a notar a si mesmo como aquilo que observa?
Note! E quando eu digo notar a si mesmo, é um notar sabendo, é um notar sendo.
Não estou me referindo à observação de um objeto.
Estamos falando de uma observação direta:
eu sei que sou porque eu sei que sou, porque eu sei que sou, porque eu sei que sou, porque eu sei que sou, porque eu sei que sou...

O saber quem você é, não é um ambiente contaminado pela mente.
O saber quem você é, na verdade, é ser quem você é.
Significa que você atingiu diretamente o Ser que você é.
E o Ser institui um saber que não é via a mente.

Veja que você não é quem está sendo apontado para como sendo você. Isso institui um saber imediato. É um saber sem saber.
É um saber intuitivo, é um saber que vem diretamente da fonte - a fonte sabe.
Eu até gosto de brincar com a palavra "Consciência": com-ciência.
Já se deu conta do que significa Consciência? Com-sabedoria, com-saber.
A Consciência não precisa aprender, ela já é sábia.
Ela é a fonte de toda a sabedoria. 


Buscando a si mesmo dentro deste que você pensa que é, o que encontra?
Não tem ninguém!
Agora, indo mais fundo, você encontra dentro de si um profundo Silêncio.
Chega um momento em que, por falta de potência, realizamos que realmente não somos quem pensávamos que éramos.
Você é o Silêncio. E render-se ao Silêncio como sendo você, é um ato de humildade.
Arrogância é dizer que você não é o Silêncio.
Tudo o que você vê no universo - cantando, voando, nascendo, morrendo, chorando, celebrando - o que quer que seja, é a Consciência.
Des-imaginando, sentado em Silêncio, aqui e agora,
o que você tem nas mãos?
É preciso ser um amante do Silêncio, um amante da meditação para atender ao chamado de Satsang.

terça-feira, outubro 19

belo e silencioso


















Pensamentos estão ocorrendo, mas você não está pensando.
Sentimentos estão sendo sentidos, mas você não está sentindo.
E quando não tem ninguém sentindo ou pensando,
não existe nenhuma necessidade de mudar o que está sendo sentido ou pensado.
Logo, torna-se muito mais leve o que está sendo sentido e pensado.


O buda está a nascer.
No momento em que você se dá conta de quem você é,
tem um buda nascendo.
É belo e silencioso.
É totalmente transparente e independente de qualquer ideia.

Isso é o que você é.
Não pode ser dado nem tirado de você.
É tudo o que existe.
É a luz que faz com que tudo aconteça.
Silêncio.
Esse Silêncio é você.
Onde está a sua mente agora?

A sua mente é inexistente, é um fantasma.
A visão deve ser estabelecida.
Quando a visão está clara: não tem mente.
E uma nova vida se estabelece.
Há somente um fluir... um acontecer...

Não tem ninguém fazendo nada.

sexta-feira, outubro 15

silencio além da alegria e da tristeza



Venho reiterar o meu convite, que, na verdade, é muito simples.
O convite é uma mudança entre a entidade imaginada e o Silêncio inimaginável,
através do entendimento, através da visão.
Se o entendimento se aprofunda, se a visão é direta, a sua escolha ocorre sem nenhum esforço.
Em verdade, posto o entendimento, realizada a visão, você não tem escolha.
Desse modo, como diz Osho: "Como vocês conseguem ficar "não-iluminados" por tanto tempo,
enquanto a realidade do seu ser é silenciosa, é atenção?".
A visão é independente do que quer que seja. E somente "isso" é independente, só "isso" existe em si.

A nossa alegria é dependente das circunstâncias.
Se as circunstâncias não são apropriadas, nossa alegria fica relativizada.
Quanto à tristeza, o mesmo. Se a circunstância não estiver apropriada, ficar triste é impossível.
No entanto, o Silêncio não precisa de circunstâncias.
E na presença do Silêncio não pode haver nem tristeza nem alegria.
De uma certa forma, há o que chamamos de transcendência.
E, efetivamente, na mente há um aquietamento.
Efetivamente, no corpo há um relaxamento.

Se você não está vendo o que estou apontando, é porque, possivelmente,
você está olhando para qualquer outro lugar que não para Dentro.
Porque Dentro, inegavelmente, repousa o Silêncio.
E o detalhe é que o Silêncio não é separado de você.
Esse Silêncio, essa atenção silenciosa é quem você verdadeiramente é.

Veja! Eu não sugiro que você acredite no que estou dizendo -
muito antes pelo contrário -, eu posso, inclusive, pedir que não acredite em mim.
O que sugiro, é que veja se você é esse Silêncio aqui e agora.
Mas somente aqui e agora, você pode ver que você é o Silêncio.
aqui e agora não pode haver nenhum pensamento, porque não há tempo para pensar.
Aqui e agora não há nenhuma sensação, porque não há tempo para ter uma sensação.

Então, o que fica no imensurável aqui e agora?
Verifique, em menos de 1 segundo, e eu quero ver nos seus olhos para onde você está olhando.

Isso  é você. 
Agora, deixe expandir. 
Deixa isso tomar conta. 
Cuide com carinho.

quinta-feira, outubro 14

Que delícia de amora!




Um monge estava caminhando na floresta e um tigre saiu atrás dele para comê-lo. Ele fugiu o quanto pôde, até que, subiu num longo cipó na beira de um penhasco. Quando chegou no meio do penhasco, olhou para cima e viu que havia um outro tigre o esperando. Nessas alturas, dois ratinhos saíram de um buraco e começaram a roer o cipó. Ele olhou para cima, olhou para baixo e havia um tigre em cada direção. Quando olhou na altura dos seus olhos, viu uma amora. Ele esticou o braço e colheu a amora.  “Que delícia essa amora!” – pensou.

É com o presente que você tem que se ocupar, não é com o que passou, nem com o que virá. Primeiro, porque não está nas suas mãos. Se a Existência quiser ter a experiência de ser apanhada por um tigre, ela vai manifestar isso através de você e não vai ter escape.

Geet — E eu perco a chance de comer a amora.

Não perca essa chance. Mas, você costuma pensar: “Será que eu como a amora? Será que não como a amora? E se eu cair? Vou ter uma má digestão porque estou com medo e a adrenalina está a mil. Ai meu Deus! E aquele rato? Sai rato!” Você fica entre coisas não existentes enquanto há uma amora em seu bigode. A amora é o aqui e agora, é o presente do aqui e agora. Você come a amora e o tigre come você. Você é uma amora para o tigre.

Dê uma olhada em seu processo e veja. Você gasta a maior parte do seu tempo preocupado com o que passou, ou com o que virá, e perde tudo o que está acontecendo no presente. Você tem a impressão de que quando resolver todos os resíduos do passado, tudo vai estar ótimo – e o tempo vai passando, e as amoras vão passando.

quarta-feira, outubro 13

be emptyness. you are.
















If you are full Consciouness here and now, what do you need to do? Nothing. So, again, I have to ask: "Who are you"? Do not think of the future. Do not worry about it, be present. This is what meditation means: to live the present. Any logic, any rationalization based on a worry about another possibility is a sign of distrust.

It seems hard and impossible to live with someone who has awakened, because this living will finish with you. A priori all your dreams are just imagination, the Master wants you to be empty, he wants you not to think. When you realize this, what does your mind wants? What is left for your mind to desire?

To imagine that when you wake up you will be carried on a fire brigade car, in every Brazilian capital and that people will throw flowers at you, is a sign that you did not understand something here. These, the ones that are celebrated, are the ones who feed the whole world's sleep, our heroes. An enlightened is not a hero, he is an anti-hero.

terça-feira, outubro 5

Nasce o buda

 



















Alice — Imagino que um Buda nasce quando ele consegue realizar a sua essência, em paz com o corpo e com a mente, quando não foge e não tem um monte de máscaras...

Não, não é nada disso. Você precisaria de tempo para tirar as máscaras. Que máscaras? Para inventar as máscaras ou falar delas, você precisa de tempo. Quero que você entenda que tudo isso é construção mental. No Zen, eles costumavam dizer que os desejos, todas essas construções mentais, são “flores no ar”.

Alice — Por quê?

Dê uma olhada no ar. Tem alguma flor em algum lugar?

Alice — Não.

Como arrumar as flores no ar? Você perde seu tempo tentando arrumar uma coisa que é ilusória, maya. Você está tentando arrumar uma coisa que não existe. Sei que é difícil entender. Veja quem você é.

Todos os nossos problemas, tudo o que capitalizamos como problemas e reverenciamos como nossos, são “flores no ar”. Dê uma olhada nesse instante. Qual é o seu problema? Tem algum problema?

Ronaldo — É constrangedor!

A simplicidade é constrangedora.

Bodhi — Dá muita paz.

Toda a paz do mundo. Isso que você está experienciando agora, pode ser experienciado o tempo todo, onde quer que você esteja. Simplesmente pare e veja que não tem problema. E nasce o buda.

segunda-feira, outubro 4

A ideia de ser um peixinho é inadequada


















Esta é a verdade: você é o oceano.
A ideia de ser um peixinho é inadequada, causa separação.
E a separação causa sofrimento e o sofrimento causa a infindável busca pela felicidade.

Não há felicidade, tanto quanto não há sofrimento.
Você só sofre porque quer felicidade, mas já deveria saber que a felicidade vem e vai,
o sofrimento vem e vai... nada fica.
Tinha um carro que você se apaixonou, ele veio e foi.
Tinha uma mulher por quem você morreu de amores – ela veio e foi.
Essa é a lei na periferia: ir e vir.
Tudo aquilo que aparece, desaparece. Tudo aquilo que vem, vai.

Só tem uma coisa que não vem, nem vai, que fica permanentemente.
Quero que você atente para isso.
Encontre aquilo que nunca foi, nunca irá e não veio de lugar nenhum.

Há milênios o homem tem descoberto isso e passado para aqueles que querem saber.
Me parece que estamos num momento em que é necessário que muitos saibam.
Seja um deles. Saiba quem você é! Chega de se confundir com os sentimentos,
com o corpo e com a mente.
O Osho dizia que você não é o seu corpo e não é a sua mente.
Aliás, não somente o Osho, mas também Buda e todos os mestres disseram e dizem.

Veja! Estou aqui falando para Aquilo e Aquilo está ouvindo o que estou dizendo.
Aquilo está falando e Aquilo está ouvindo.
Sua mente não é necessária, ela é inexistente, não tem consistência.
Numa certa medida, o que está sendo apresentado é impossível
porque vai contra um trilhão de coisas que vocês têm vivido como realidade.
Aqui, então, você tem que ser um tanto arguto e corajoso para ver o que está sendo apontado