quarta-feira, setembro 15

Um toque no particular...

















Existe na maioria dos sannyasins do Osho, a ideia de que se ouvirem um mestre vivo,
estarão traindo o Osho. Eu acho que essa é uma noção muito equivocada.
Não é isso que ocorre. Até porque, ouvir outro mestre não significa
que você vai entrar no caminho dele, ou o que quer que seja.
De verdade - e hoje eu vejo isso de uma maneira muito mais pura -,
não existe caminho do mestre. Não existe nem caminho. Não existe mestre.
Existe você mesmo criando circunstâncias e situações para ver
quem você realmente é.

Os personagens que apareceram com o nome de mestre na minha trajetória,
no final dela, de nenhuma maneira, se contrapõem à ligação que eu chamaria de
discípulo e mestre com o Osho. E, além do mais, o Osho descreve isso muito bem.
Ele diz que você começa como discípulo, vira um devoto,
e ultimamente você emerge no mestre, onde existe uma dissolução,
onde não existe mestre nem discípulo. Então, permanecer numa
redução relacional dualista de mestre e discípulo é incompreensão.
Aqueles que não compreendem isso, não compreendem seu próprio mestre.
Chega um momento em que você tem que se expor a todas as coisas
que a sua mente chama de perigosas, exatamente para testar a veracidade,
a existencialidade, do que o seu mestre lhe propôs. Aqui, eu tomo o mestre,
o Osho, como literal nesse momento. Nunca houve a necessidade
de um outro mestre. Quando estive na presença de outros mestres,
eu não estava buscando um outro mestre. Na verdade, ir em direção a um mestre vivo
é, talvez, para completar o que já foi iniciado. E, ademais, nunca houve comparação.

Eu gostaria que as pessoas, principalmente os discípulos do Osho,
se dessem conta disso: ele não falhou de maneira nenhuma na proposta que foi feita.
O seu trabalho foi começado. E de uma certa maneira -
vou dizer isso, vendo a controvérsia e talvez o mal entendido que pode ser gerado -,
você tem que terminar. Terminar o trabalho do mestre é olhar literalmente
e tentar entender com o máximo de clareza o que significa todos os toques e
dicas aparentemente contraditórias que ele gerou. Mas, de verdade,
ir de encontro a um mestre vivo talvez seja o Toque de Midas que você precisa
para compreender que o Osho já deu tudo o que você precisava,
e você está completo.

O trabalho do Osho foi, para mim, um diferencial.
Não existe nenhum outro mestre que tenha tido a abrangência de atuação
que ele propôs. Fez uma proposta radical e avessa. Trabalhou um campo
e o tornou fértil. Ele sabia que a iluminação viria, mais cedo ou mais tarde,
irremediavelmente. Ele se preocupou com o geral. Propôs uma mudança.
Talvez ele tenha agido como uma mudança social, uma mudança de paradigma.
E hoje os mestres estão dando um toque no particular.

Os medos que a mente tem, de traição, por exemplo, são equívocos.
Isso é muito fácil de ser eliminanado, se você estiver pronto.
E se você não arriscar se perder, não vai se encontrar.
Portanto, estar na presença de um mestre vivo, talvez o faça ver
que dentro de você tem algo vivo que você nem se deu conta que está vivo.


_
Trecho de Entrevista concedida à Regina Festa,
São Paulo, agosto de 2009.

2 comentários:

  1. É isso mesmo! E vamos arriscando...tudo! No particular as transformações acontecem. Foram iniciadas. Mas no social algo também acontece. Mínimo que seja, parece que reverbera! Como a´s ondas provocadas pela pedra jogada no lago!

    ResponderExcluir
  2. Beloved Satya!

    Sim! Sim! e Sim! Encontrei o Osho em todos os Mestres, vivos e vivos! Todos estão vivos, pelo menos em meu coração!

    E se nunca Lhe agradeci a presença viva que me proporcionou, deixe-me dizer-Lhe: Obrigado por me ajudar a manter viva a chama acesa pelo Osho!

    Namastê

    ResponderExcluir