sexta-feira, julho 30

aprenda a ouvir a proposta do Silêncio


Satsang propõe uma mudança de gestalt muito pertinente...
Veja!
Se o Ser está contido em você, você tem poder sobre ele,
você é capaz de fazê-lo agir da maneira que lhe apraz.
Chamamos isso de "ego".
Você quer, deseja, manipula os resultados
- através de concentração, exercícios... comida -,
usando esta "força" que está contida em você.
Mas, se você está contido nesta força,
tudo o que acontece, tudo que acontece através de você,
não é você quem faz.
E isto chamamos de "não-ego".

Se observar com carinho,
você vai ver que todas as grandes coisas que aconteceram
na sua vida, não foram resultado dos seus planos.
Isso aponta para uma evidência:
você é apenas uma marionete desta força.

Ao invés de tentar obter o domínio das coisas,
das situações, através do seu 'fazer',
aprenda a sentar silenciosamente
e ouvir as propostas do Silêncio.
Deixe-se levar...
E a partir daí, a sua ação será impecável,
porque virá do Silêncio.
Que, por sua vez, deseja o melhor para ti
e o melhor para todos os envolvidos.

Em tese, em teoria, isso significa meditação -
você está silencioso o suficiente.
Você se torna um bambu oco,
através do qual a Existência faz a sua música.

quarta-feira, julho 28

o problema não é real


Você não teme o desconhecido,
você teme o que a mente imagina que seja o desconhecido.
Porque o desconhecido mesmo, você não sabe o que é.
A mera palavra já revela isso.

Satsang é para os corajosos.
Na medida em que você se aproximar do aparente limite, vá em frente.
O que você tem a perder?
Apenas a neurose.

Digamos que você esteja identificado em 100% com a sua neurose...
Essa proposta ecoa como uma espécie de suicídio psicológico.
Você morre para o passado, morre para aquilo que você pensa que é,
e renasce além do conteúdo psicológico.

O conteúdo psicológico é uma prisão e não tem solução.
Nós podemos remediar as situações e existem profissionais que nos ajudam a fazer isso.
Mas, solução não existe.
E, curiosamente, não é porque os psicólogos, psicanalistas, médicos ou psiquiatras sejam incompetentes,
que não existe solução.
Não existe solução real, porque o problema não é real.

Não existe solução porque não existe problema em realidade.

Você vive num campo subjetivo, cada um pensa o que bem entende.
Porém, ao atravessar o deserto, a escuridão,
você está fadado a pisar na luz.

Na luz não existe campo psicológico, tampouco problema.
Não existe, portanto, necessidade de solução.
Trata-se completamente de um outro paradigma.
De uma nova vida.

Como chegar a isso?

Comece a namorar, a criar intimidade
com a possibilidade de que tudo o que a sua mente gera, seja dispensável.
Comece a ver que o conteúdo da sua mente é apenas um material,
inclusive, passível de esquecimento.

terça-feira, julho 27

iniciado em Ver


Verdade é a capacidade de Ver.
Não tem nada a ver com a mente.
O que é que tem a ver com a mente?

Qual é a palavra que lhe vem, quando falamos "mente"?
O que é que a mente faz?

A "mente" mente.
E você acredita, porque foi ensinado a ser um crente.
Existe a necessidade de Ver -
ver quem é que vê e ver que você não é a sua mente.

Aqui, o primeiro passo é ser iniciado em Ver.
Porque você não foi iniciado nisso.
E eu nem estou falando de meditação.
Trata-se de um outro paradigma totalmente novo -
estamos no Século XXI.
Descubra a qualidade inerente ao Ser e desperte.
Ver é olhar para esse objeto, saber que existe o nome "copo d’água",
e assumir que o nome não é o objeto.

Agora, eu faço uma pergunta um pouco mais próxima:
quem é você?

Você tem duas alternativas: mentir ou dizer a verdade.

Participante - Eu não sei.

Essa é a verdade. Você não sabe.
E se você não sabe quem você é, por que você diz que está presa?

Participante - Quem está presa é a "Fabiana".

Essa é uma história na sua mente, que, na medida em que você dá crédito a ela, gera sensações.

Crenças animam você, você acredita nas coisas e a partir disso um campo sensacional é gerado.
Sendo assim, o que você espera que a sua mente faça, além de reproduzir a miséria aprendida?
Satsang promove a possibilidade de deparar-se com a capacidade de não se identificar com o pensar.

segunda-feira, julho 26

Aquilo que você é, não conhece o tempo


Entrar no contexto de Satsang,
significa lançar mão do que quer que seja que você queira.
Tudo que você quer, demanda tempo.

Provavelmente, você já se pegou dizendo que precisa de mais tempo.
Certamente, você já entrou num processo terapeutico, desses que vemos por aí,
onde se diz: "Agora preciso de um tempo para integrar isso!"

Mas você sabe quem está dizendo todas essas coisas?
Você já precisou de tempo para integrar algo?
Veja quem é esse ou essa estrutura que precisa de tempo para ‘integração’.

Eu trago aqui um contraste entre duas coisas:
uma delas é o que você pensa que é.
E a outra é aquilo que você é, de verdade.

Aquilo que você pensa que é, não só demanda tempo para expor-se,
como precisa de tempo para manter-se integrado.
Tempo é fundamental para aquele que você pensa que é.
Já Aquilo que você é, não conhece o tempo,
e não é um mecanismo em evolução, tampouco.

Diga-se de passagem: a noção de evolução é positivista;
você só evolui para o melhor.
Até os Beatles disseram: “It’s getting better all the time”.
Mas, não necessariamente é assim.

Eu proponho uma distinção, através da sua própria observação,
do que é você e do que não é você, inexoravelmente.
O que quer que seja que você pense como sendo você, não é você.
Esse que se pensa o tempo todo produz frases do tipo:
"Eu preciso de tempo para integrar algo".
Ou ainda: "Não vou fazer esse próximo encontro,
porque estou integrando uns processos do último encontro...
não entendi bem algumas coisas...
e agora vou dar um tempo, porque sozinho irei entendê-las".

A proposta de Satsang não é entender absolutamente nada.
Muito pelo contrário, é que você note os mecanismos internos
que o afastam do Agora, sempre demandando tempo.

Veja: quanto tempo você precisa para descobrir onde fica o Agora?

sexta-feira, julho 23

No se engañe!

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Yo sé que en nuestra cabeza fue colocada la idea del aperfeccionamiento, de la perfección, del aprimoramiento, de la limpieza, de la sintonización, del equilibrio... Y todo eso es colocado con la perspectiva de que usted tenga que prorrogar su "darse cuenta", su "despertar". El "despertar" queda prorrogado para un nuevo momento, para una nueva posibilidad. Y usted justifica eso colocándose por abajo: "Yo no soy capaz todavía de entender, yo no estoy 'limpio' lo suficiente, no estoy equilibrado lo suficiente". O colocando la culpa en aquel que te dice: "Él no tiene lo que yo quiero!"

Pero usted ya experimentó tantas cosas, y todos sus experimentos sólo restaron como memoria. Usted se encuentra tan vulnerable cuanto antes de todos esos experimentos. No se engañe! Todos los experimentos son sólo experimentos y quedan como memoria. Y ahora usted sólo los recuerda, y cuando usted está mal, se acuerda de aquellos momentos. Tiene hasta libros que le sugieren eso: "Cuando usted esté mal, piense en los momentos buenos que le ocurrieron en su vida". Ajá! Es una forma de sonambulismo, de hipnosis. Porque la gran pergunta es: Por qué esa persona está sintiéndose mal? Provablemente, si fuera investigado, ella está presa a un pensamiento, y ella hace alguna cosa para salir de eso...

Su naturaleza ya está satisfecha en sí. Todo lo que usted necesita, usted ya lo tiene. Claro que usted no cree, es claro que su trabajo es encontrar sentido en todo lo que estoy compartiendo y experimentarlo en su día a día, cuando usted sufre o cuando usted se ilude con una alegría extrema en relación a un objeto cualquiera que le apareció. Sí, porque a veces aparece un objeto que le da extrema felicidad, y usted luego dice: "Ahora estoy salvado!" Sólo que en pocos instantes, usted va a descubrir que no era nada de aquello que estaba pensando. Si usted ya tuvo esas experiencias, puede crear separación, ese apartarse es inteligente. Es estar en el mundo, sin hacer parte de él.

quinta-feira, julho 22

o complexo é tradição, o simples é revolução


Quando busca um bom emprego, você não quer o bom emprego pelo seu valor. Você quer o bom emprego porque ele garante paz. Você quer um relacionamento que não oscile porque o relacionamento que não oscila entrega paz... Ou seja, por trás do que quer que seja, todos querem paz.

Você entende o que eu quero dizer? Se você tiver a sensação de bem-estar perpetuada para todo o sempre, isso não vai lhe entregar a paz que você está querendo? Então o que você está querendo? Bem-estar ou paz?

PARTICIPANTE – Eu acho que não é tão simples assim.

“Não é tão simples assim...” - era exatamente como eu estava pensando. Deve ser muito complexo; porque se for tão simples assim, o que acontece?

PARTICIPANTE – Acaba a busca.

Sim! Acaba a busca. E o único problema é que o ego, a sua história pessoal, a sua identidade, a sua personalidade não pode aceitar uma coisa dessas.

Estou aqui para propor o simples. Eu nem concordo com o complexo. O complexo é tradição, o simples é revolução. Você não quer o simples, você insiste no complexo. Você não aceita o simples, você nem sequer o entende... O simples parece muito complicado para você entender.

Mas a coragem de assumir o simples é assumir também que tudo o que você vislumbra como um problema, é imaginação.

quarta-feira, julho 21

por que você é tão fiel à sua mente?


Se você olhar para uma situação super dramática, em que você se encontre, sem poder descrevê-la da maneira aprendida, e eu pedir que você olhe de novo para a mesma situação e tente descrevê-la sem usar nada aprendido, em que situação você se encontra?

De repente, o domínio da mente está em pauta.

É altamente desvalorizado pela sociedade, mas, se não usar nada do que aprendeu, você entra nesse campo chamado de “não sei”.

No mundo, você não pode não saber, você tem que saber. Agora, aqui, experimente por alguns minutos entrar nesse campo do não sei.

Olhe para si mesmo, olhe para a situação – qualquer que seja – e ao invés de descrevê-la da maneira que você está acostumado, que na verdade é uma espécie de auto-hipnose, simplesmente diga “não sei”. Experimente!

Não se renda a esse domínio da mente em descrever as coisas da maneira que ela quer que você descreva. Por que você é tão fiel à sua mente? Por que as coisas têm que ser o que a mente diz que elas são? Quem inventou isso? Por que você não entra numa relação de desconfiança total a respeito da sua mente?

Pondere: se pudesse descrever a sua vida, observando simplesmente esse momento presente, como é que você está AGORA?

terça-feira, julho 20

quem é que guia você?

foto: valencia, espanha

Tudo que foi aprendido aponta para as conquistas como algo dificultoso, de difícil acesso.
Mas Isso que você é - chamando de iluminação, para introdução -,
exige um desprendimento de todas essas estruturas.

A mente dirá, sem sombra de dúvidas, que é muito difícil.
E ela propõe que para perder todas as condições aprendidas -
que levaram um tempo imenso, ou pelo menos trinta, quarenta... setenta anos para serem adquiridos -, logicamente você precisará de um tempo relativo, para se desprender.
É muito lógico, mas não tem realidade nenhuma.

O desprendimento passa por Ver algo.
E Ver não é uma capacidade, não é um atributo desse “indivíduo”.
Esse farsante que se passa por você, não Vê.
Ele só é capaz de reagir através das estruturas aprendidas. Ele é cego.
E é por isso que parece tão difícil. Porque ele não Vê.

A proposta que eu trago é que você faça um breve balanço do seu viver e veja:
quem é que guia você? O que é que guia o seu dia a dia?
Eu arrisco dizer que existe uma grande possibilidade de que seja esse fornecedor de dificuldades.
Não é a sua verdadeira natureza que está lhe guiando.

Mas eu me pergunto: por que optar por tanta dificuldade,
se tanta facilidade está disponível ao alcance das suas mãos?

Não se assuste por mera ignorância,
por não se dar conta de algo inestimável que existe dentro de você.
Resgate, reconecte com Isso que tem todas as respostas.
Ou, melhor ainda, que aniquila todas as perguntas e nos deixa sem necessidade de respostas.

Você insiste em transformar o mistério, que é viver, em um problema.
Mas, veja! É apenas um mistério. Extremamente intenso e cheio de vitalidade.

É simples! Olhe para dentro!

segunda-feira, julho 19

VEJA!



No centro de tudo há um zero absoluto.
Não há perda nem ganho, de verdade.
É tudo uma grande brincadeira!

A mente nos torna cegos e não vemos isso.
Mas veja!
De que forma Jesus curava os cegos?
Eram pessoas cegas, mesmo? Não!
Eram pessoas que não estavam Vendo.
Ele, simplesmente, as convidava a Ver.

Ainda hoje acham que ele era uma espécie de "hospital ambulante" -
que andava curando pessoas que não andavam, que não enxergavam,
que estavam mortas...

Mortos estamos, quando estamos dormindo para quem somos.

Cegos somos, quando não estamos vendo quem realmente somos.

Pernetas somos, enquanto não sabemos quem somos.

No momento em que você vê quem você é, de verdade,
finalmente começa a andar com suas próprias pernas,
ver com seus próprios olhos e, inclusive,
pensar com a sua própria cabeça.
Você não mais pensa com a cabeça da sua mãe,
da sua vó, do seu tio, do seu professor... do seu terapeuta.

Satsang é um resgate daquilo que é original em você...
É um retorno ao Silêncio. Honre isso!

sexta-feira, julho 16

a humildade da criança é "não saber"


[Otávio Leal] Eu acho uma passagem muito significativa da mensagem de Jesus, onde ele diz: "portanto, aquele que se tornar humilde como uma criança, este será o maior no reino dos céus". O que significa isso para você?



[Satyaprem] Qual é a humildade que a criança contém? A humildade que a criança contém é não ter nenhuma sabedoria, não ter nenhum conhecimento. O mundo se apresenta como uma surpresa, e ela está num processo de maravilhamento. Tudo é maravilhoso, tudo é agradável. Ela acorda de manhã e brinca, a criança está disponível ao mundo, ela está aberta. Então, se tornar como uma criança de novo, ou ter a humildade da criança, é "não saber". Quer dizer, se o adulto consegue entender que todos os conceitos que estão na sua mente, são convencionados e não são verdade em si, ele se liberta dos conceitos e volta para casa - volta a ser criança novamente.


[Otávio Leal] Quando você faz essa pergunta, tão famosa entre os iluminados - “Quem é voce?” - a pista da resposta estaria em descobrir essa criança?


[Satyaprem] Sim, necessariamente. Você poderia usar o arquétipo da criança: a criança é não saber. A resposta a essa pergunta, então, é um "não saber". Em outras palavras: no momento em que você não sabe, você entra num processo de silenciamento, simplesmente permanece com o Silêncio e, eventualmente, se dá conta de que o Silêncio é a resposta.

 
 
Entrevista à Rádio Mundial

quinta-feira, julho 15

¡Vaya para dentro!


¿Cómo no mirar al otro con compasión si usted también tiene sus límites?
Aquí, nace una relación diferente.
Usted no exige más del otro algo que él no tenga condiciones de darle.
Usted no está aquí para completar al otro,
porque estar completo no viene de afuera para dentro, y sí: de dentro para fuera.
El énfasis está en: ¡Vaya para dentro!
Y en la medida en que usted va para dentro,
usted ve que las personas están atropellándose en esa ansiedad,
en esa angustia, en ese miedo, porque todo lo que ellas tienen está al lado de afuera.
Usted tiene que comenzar a ver eso en su día-a-día. ¡Comience ahora!
Este es un buen momento. En este instante: ¿quién es usted?
¿Para dónde mira usted al responder esta pregunta? ¡Mire para dentro!
Comience a entender lo que es “dentro”. Y, de dentro, no puede surgir ninguna respuesta,
a no ser Silencio, relajamiento y paz. Entre en eso, deshágase en eso...
Ya está aquí y ahora! Entonces, meditación,
no es una técnica o algo que tiene que ser hecho, es algo inherente,
que está dentro de usted. Basta mirar para dentro.

quarta-feira, julho 14

desconfie dos pensamentos!


Você pergunta como chegar ao aqui e agora... mas, eu pegunto: “Como chegar a um lugar onde você já está?” Este é um grande dilema. Você imagina que o aqui e agora não está acessível, que algo precisa ser feito, e, assim, se perde em seus pensamentos.


Se pudesse olhar com total sinceridade e honestidade para os pensamentos, para os desejos – que são pensamentos ocorrendo na sua mente –, como coisas sem importância com as quais não existe nenhuma necessidade de se incomodar ou fazer algo, o que lhe aconteceria?

Experimente!

Assim como um pensamento vem, vai. Ele não vem de lugar nenhum e some. Mas você tem um enorme apego: ou gosta do que pensa, ou não gosta do que pensa.

Você tem se devotado aos pensamentos, mas os pensamentos, em si, não têm o menor apego a você. Eles não são fiéis, não ficam com você para sempre. Ou há algum pensamento que o acompanha desde o seu nascimento? Não há. Mas você tem colocado toda a sua energia em ser fiel aos pensamentos, em resolver os problemas deles, em fazer o que eles disseram, ou em evitá-los como se fossem algo real.

Será que é preciso toda essa importância que você dá para os pensamentos, ou você pode desconfiar deles? O meu convite é que você desconfie de todos os pensamentos que tem. Todos! Não apenas dos pensamentos ditos negativos, mas dos positivos também.

terça-feira, julho 13

você não pode ter o Vazio


Satyaprem, o "Encontro com a Verdade" parece o fim da linha. Com o encontro parece que acaba, que se chega a um ponto final. Isso é um início, na verdade?


Satyaprem - Isso é um início, não é um ponto final. É o ponto final da Busca. Agora você não está buscando absolutamente mais nada. Agora você encontrou e a vida se desenrola de uma outra forma.

E esse encontro ele se dá de várias formas? Agora eu falo das linguagens. Tem a música, a poesia... etc e tal. Então, são várias formas, vários caminhos de acontecer o "Encontro com a Verdade"?

Satyaprem - É, pode-se dizer assim, mas na verdade não tem uma forma. O "Encontro com a Verdade" é o que estou chamando de Satsang. É uma forma de encontrar e discutir, por exemplo, qual é o conteúdo da sua mente e o que está dentro dela. Digamos que você preze algumas coisas na sua mente, essas coisas devem ser checadas, contra a realidade do momento. Se nesse momento essas coisas que você pensa, que você acredita, não têm fundamento, você, então, se rende ao momento e a esse Vazio que fica criado. Se eu tiro coisas de dentro de alguma coisa, eu vou tirando e vou ficando com a aquele espaço totalmente vazio. A busca de todas as pessoas que meditam é ficar cara a cara com o Vazio. E não só isso: se entregar ao Vazio. Mas as pessoas querem sempre permanecer um alguém e tornar o Vazio um objeto dentro da idéia de quem elas sejam. Ou seja, "Eu quero ter o Vazio". Mas você não pode ter o Vazio, o Vazio é que tem você, você ter o Vazio é impossível. Então o confronto, o "Encontro com a Verdade" cria, na verdade, a clara visão de que você não pode conter isso que é maior do que você, e você se rende a estar contido nisso que é maior do que você. Nessa rendição você se torna o Oceano. E, ao avesso, a gota que você era, a idéia que você tinha de separação é descabida, ela se desmancha.

 
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Entrevista à Rádio Universitária | Fortaleza/CE - Abril/2004

sexta-feira, julho 9

Agora não tem mente.


A Verdade é incrivelmente ordinária.
Incrivelmente comum.
Incrivelmente disponível!

Basta parar de fantasiar, parar de imaginar.

Se, em algum momento, você imagina que está entendendo alguma coisa,
você está apenas imaginando.
Mantenha-se calado!
Não tem nada acontecendo.

Isso é absolutamente impossível de ser compreendido com a mente.
Porque a mente jura que tem coisas acontecendo.
Mas, é somente ela que está acontecendo.

Olhe! Veja! Insista! Até que essa realização seja límpida.

A mente pensa que existe um 'você'.
E eu não quero que a mente pare de pensar que existe um 'você'.
Eu, simplesmente, quero que você veja que é a mente que está pensando que existe um 'você'.

Não precisa fazer nada com a sua mente.
Ela não é sua. Deixa-a!
Deixe-a fazer o que quiser. Não se envolva!
Não há nenhuma exigência em tornar a mente perfeita.
Essa exigência só pode vir da própria mente -
e é altamente falaciosa.

Se você tenta fazer qualquer coisa para mudar a sua mente,
está fazendo do ponto de vista da própria mente.
Porque, do ponto de vista da Observação,
Agora, não tem mente.

quinta-feira, julho 8

There is no way out!


Someone gave you the idea that you have to search for peace, and you believed. Even because, before they said that, they said that you were not in peace. And you again believed. Then, consequently, they told you to begin to look for it... And you started to look for the peace outside of you: if I eat certain kind of foods, if I practice some kind of exercises... I will find the peace. In a certain way you find peace. A relative peace. Until something happens: somebody steps in your foot, someone drops wine in your lap or hot coffee in your pants, somebody shouts at you, somebody contradicts you, someone does something unacceptable to you... And the peace that you had conquered is gone. And then, again you say to yourself: “I am not perfect, I need to grow better, I need to improve even more my discipline, I will meditate more. It was still not enough what I did. I need to do more.” And you look at yourself as an imperfect being, in need of perfection. Than you try to become more perfect. But how long? How long are you going to search for it this way? Will you achieve it? Isn’t there a lack of something in that way?

You think: "I will buy a brand new book. It seems that there has the key." And you go, buy the book and read it from the very beginning until the end, going back and forth several times because you forgot what has passed, then you read that same line again... and you go un to the next page... suddenly you find yourself in the middle of the page, and you don't remember what you read before. Then, you start all over again. You come to the end of the book and wonder: "Where is the key?"

There is only one place to look, and it begins with the question: Who are you? And believe me! You are not what you think you are. It doesn't matter how wonderful is the idea that you have about yourself, or how horrendous, or how terrible, or how mediocre. It is not a matter of adjective: the issue is the substantive. You cannot be an idea, because an idea can be repeated, and you are unrepeatable.


There is a tendency to look for in the wrong place. You have to notice something that cannot be noticed, because you are the one that notices. There is no way out! There’s nowhere to go. For this reason stop seeking! Stop!

quarta-feira, julho 7

Você está pronto para ficar vazio?

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Você está pronto para ficar vazio?

As metáforas a respeito do vazio, do esvaziamento, têm sido usadas durante muito tempo,
de maneiras que a mente possa entender.

Entre tantas, tem uma história muito bonita, de um monge muito pobre,
que estava em sua cabana na montanha até que chega um ladrão,
e diz: Me dê tudo o que você tem!
E o monge foi lhe dando tudo.

O ladrão, feliz com tudo que tinha roubado, quando estava saindo,
foi surpreendido pelo monge, que disse:
Espere! Tem o meu cobertor. Leve o meu cobertor...
O ladrão, sem entender, respondeu: Não! Eu não quero o seu cobertor.
Mas o monge insistiu: Por favor, leve. A noite está fria, você pode se resfriar.
Então o ladrão levou o cobertor.

O monge, sem nada, olhou pela janela e viu uma imensa lua no céu.
Olhando a lua, ele disse:
Que pena! Gostaria de ter dado essa lua para aquele ladrão.

Conta-se que o ladrão voltou e disse:
Eu roubando de um miserável... Estou me sentindo péssimo e você não está se sentindo mal.
Eu quero isso, é isso o que eu quero roubar de você.
O monge, então, respondeu: Isso, eu quero que você roube com prazer.

terça-feira, julho 6

você é liberdade


Ser livre é uma idéia de possibilidade no dualismo,
gerada pela mente.

Acordar é saber que você não é livre, você é liberdade.

De repente, é como se você pudesse atingir a linguagem do paradoxo e dizer que
"mesmo preso você é livre".

A liberdade não implica na situação em que você se encontra.
Está em como você se vê.
O compreensível para as pessoas, é pensar liberdade em contraposição à prisão.
Mas a verdadeira liberdade, que é essencial a todo ser humano, não tem oposto.
Nada pode prender você.

Aqui, a noção de ser livre, posto que não há nada que possa prendê-lo, desaparece.
E Acordar é ver que você é livre, independentemente da situação em que você se encontre.
Porque aquele que se encontra numa situação ou outra, não é você.

Você transcende todo esse aspecto sensorial, o aparente.
Aquilo que chamamos de sonho.
Você apenas está sonhando que é uma pessoa.
Está sonhando que está preso, assim como pode sonhar que está livre.

Mas quando você acorda, você sabe que não está livre nem preso.
E essa é a suprema liberdade, essa é a liberdade ulterior.
Não existe nenhuma relação no dual com ela.
Ela é transcendente e absoluta.

segunda-feira, julho 5

Be Now!


There is only one place to be, and this place is given to you naturally, as a gift.
It is absolutely the most relaxing place to Be. Be Now!
And see what you harvest from this "Being Now".

If you quiet down, you see that here and now, there is no mind.
And even if it comes up, as you are not feeding it, it disappears.
It's like as if the energy that were focused in one spot, is now unfocused.
Your body-mind has always one impulse, because it's nature is movement.
Still, mind doesn't exist. It knows that it vanishes when it's still.
Therefore, it feeds itself. Mind has always to do something.
It is body-mind's continual movement that maintains the idea that you have of yourself.
If you begin to quiet down, this idea is not refed any longer.
This idea begins to disappear and something new comes up:
you begin to realize you are not what you think you are.

You keep being who you think you are, only by remembering the past.
Your memory has a power and if you realize that,
you stop telling your story and stay in Silence.
So, the story of silence - which is not a story - starts to be told to you.
Now you look at the Now. And in this, borns out a "new You".

sexta-feira, julho 2

iluminação não é uma conquista


Todos nós precisamos de tempo, aprendizagem, dedicação e,
provavelmente, uma boa dose de talento,
de identificação com o que quer que seja que se queira fazer.

Existe, portanto, um empreendimento no nosso subconsciente, no inconsciente,
de que tudo leva muito tempo e depende de um acúmulo de conhecimento, de informação.

E não só isso.
Está agregado a esse material, uma palavra que é muito usada por você: “difícil”.

Então, aqui, a minha proposta, na sua simplicidade,
entra em conflito primariamente com o fato de que
você não está preparado culturalmente para aceitar o fácil como algo de valor.
Você só aceita o difícil.

Quanto mais complexo o relacionamento, mais intenso.
Quanto mais complexo e difícil o empreendimento, mais interessante.
A mente tem adoração pelo complexo.
E a partir disso, iluminação também se apresenta como uma espécie de cocar,
como uma espécie de cinco estrelas nos ombros,
algo anormal, superior, extremamente complexo e raramente conquistado.

Está tudo errado! Iluminação não é uma conquista.

A Iluminação não pode ser conquistada,
porque o conquistador precisa se render para que Ela aconteça.

quinta-feira, julho 1

O Buda está aqui


Este é o significado de Satsang.
Satsang é a Comunhão com a Verdade.
Essa comunhão não é de pessoas para com a Verdade.
É da Verdade para com Ela mesma.
Aqui, a Verdade fica transparente
e você nota que a Verdade é sua, sendo transmitida.

O Buda está aqui e agora,
mas ele não tem a face que você imagina que ele tenha.
Eu sei que é árduo confrontar a sua imaginação.
As comparações são muitas e você se guia por comparações.
Mas Aquilo que você é, é incomparável.

O meu convite é simples:
se tem algo que você acha que vai lhe trazer Paz,
vá ao encontro dele à jato.
Não prorrogue! Não perca tempo!